ÚLTIMA HORA: Sérgio Conceição: «A nossa postura não tem de mudar, vamos sempre à procura de fazer golos»
Treinador do FC Porto fez a antevisão à segunda mão do jogo da Liga Europa frente à Lazio
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez esta quarta-feira a antevisão ao duelo frente à Lazio (quinta-feira, 17H45) da Liga Europa.
FC Porto vem de uma vantagem na primeira mão, como espera que seja este jogo?
“Estamos a meia da eliminatória, temos de ir à procura do resultado. Sabemos que a vantagem não serve de nada, é importante entrar bem no jogo e sermos mais competentes do que aquilo que fomos na primeira parte aqui. Precisamos de levar a nossa identidade, personalidade, e ir lá para ganhar o jogo”.
Espera uma Lazio pressionante desde início?
“Já tive oportunidade de dizer na antevisão da primeira mão, acho que as equipas que têm uma identidade bem definida, jogar fora ou em casa não faz tanta diferença. Obviamente que os adeptos dão um extra, mas não muda nada na dinâmica de jogo. Vão querer sair atrás a construir, tentam ser pressionantes e acho que não mudará nada nesse sentido. Se mudar um ou outro jogador, as caraterísticas poderão ser diferentes e é para isso que temos de olhar, para a dinâmica coletiva. Estamos precavidos para isso, trabalhamos muito e ao pormenor os adversários e aquilo que somos como equipa”.
FC Porto sempre foi uma equipa forte nos jogos fora de casa. Vai manter a abordagem ou é perigoso precisar só de um empate?
“Não pensamos nisso, olhamos para o que são os 180 minutos e estamos a meio. A nossa postura não tem de mudar, vamos à procura de fazer golos, de ganhar o jogo. Se eu pressionar mais alto em campo é diferente do que se pressionar mais baixo. Uma coisa é a atitude dos jogadores, outra é a postura da equipa. Faz parte do que é a estratégia de jogo, ninguém consegue pressionar no nosso último terço durante 90 minutos, é impossível. Temos de perceber o que precisamos de fazer quando ganharmos a bola e olhar para diferentes momentos do jogo. A preparação não tem de ser diferente em nada”.
A Lazio marcou primeiro no Estádio do Dragão, isso vai fazer com que mude a abordagem?
“Não, até porque foi uma bola parada e somos fortes nesse momento. Eles por norma batem rápido, tentam surpreender o adversário, e aqui fomos um bocadinho apanhados por isso apesar de estarmos alerta. Vão entrar fortes, a querer empatar a eliminatória, da mesma forma que nós vamos à procura de fazer golos para ganhar o jogo. Não é por esse golo que as coisas vão ser diferentes. A identidade da equipa está lá, vi vários jogos da Lazio e seja contra candidatos ao título em Itália ou na Europa nunca mudaram. Diferentes estratégias para diferentes equipas, claro, mas a identidade estava lá”.
Lado esquerdo do ataque desde a saída de Luis Díaz. Tem optado por Taremi a descair, profundidade do Zaidu, Vitinha, Otávio… o fator imprevisibilidade pode ajudar?
“Quem surpreendia os adversários era o Luis Díaz. Neste momento, têm de ser o Pepê, o Galeno, o Otávio, o Mehdi se cair lá a fazê-lo. É preciso criar uma dinâmica ofensiva para que o corredor esquerdo possa funcionar com eficácia. Ganhar o jogo é o mais importante, depois se atacamos de forma mais apoiada ou ligada é outra coisa. Gosto muito é de chegar à baliza adversária e fazer golos, e ser muito sólido e não sofrê-los. O Luis Díaz demorou o seu tempo em termos táticos, tal como todos os Luis Díaz que chegam ao futebol europeu, e percebeu que o futebol não é só quando tem bola. É um trabalho coletivo onde todos são extremamente importantes longe da bola. Essa evolução demora, mas quando o potencial vem cá para fora, acabam por ter um nível altíssimo, e nós temos vários jogadores assim aqui também. Não posso pedir as mesmas coisas ao Pepê e ao Otávio que pedia ao Luis, mas encontrar esse equilíbrio faz parte do meu trabalho”.
Vai ter apenas três dias de preparação para o jogo seguinte com o Gil Vicente…
“Olhamos só para o jogo de amanhã sem dúvida nenhuma, mas também temos de pensar nisso, nesse jogo extremamente importante. É olhar para o momento, prever quem me dá garantias nos diferentes parâmetros que achamos que são importantes. O estado físico, a fadiga acumulada, a motivação, os que podem estar num nível alto num jogo, cabe-me a mim depois escolher. Com isto acabo por não dizer nada, mas não vou dizer quem vai jogar”.
Por: Record.pt