ÚLTIMA HORA: Sérgio Conceição: «Agora só digo coisas boas do adversário porque se disser mal criticam-me, saiba mais
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez este sábado a antevisão ao jogo da 26.ª jornada da Liga Bwin, onde os dragões recebem o Tondela, amanhã pelas 18h00.
O que acha do Tondela?
Aproximação do final do campeonato…
Pepe; Rúben Semedo já jogou na equipa B…
“O Rúben está a evoluir da forma que pretendemos, principalmente na aceitação dele em que tem de passar por uma fase de adaptação, novas exigências e métodos de trabalho. Está muito melhor. Aqui não tem a ver com o substituto do Pepe, tem a ver com as caraterísticas do jogo. Achei que contra o Lyon era melhor o Rúben, mas amanhã até poderá jogar o Fábio Cardoso. Depende do que eu definir como plano de jogo, aqui não há hierarquias. O Fábio Vieira já jogou a avançado e ficaram os de raíz no banco…”
Qual o maior desafio neste momento?
“Não termos disponibilidade física dos jogadores para trabalhar no campo. Temos um grupo que conhece as ideias da equipa, o que queremos em função da estratégia definida e olhando para o adversário. Mas claro que fica sempre muito mais conteúdo trabalhado numa semana limpa, do que trabalhando só em vídeo ou no quadro”.
Análise ao crescimento do Pepê
“É um jogador explosivo, muito desequilibrador no um para um. Agora também está a ganhar alguma agressividade, e consegue de certa forma partir de trás para a frente de uma forma muito interessante jogando como lateral, tal como o tenho utilizado na parte final dos jogos. Joga muito bem por dentro, roda com muita facilidade, é capaz de sair de uma situação de pressão pela qualidade técnica que tem, e tem evoluído de forma muito positiva apesar de ter caminho ainda para percorrer. Estamos a ver um Pepê mais familiarizado com o futebol europeu, e isso deixa-me bastante agradado”.
Sistema 4x3x3 e o que dá além do 4x4x2? Permite que o Vitinha se destaque?
“A semana passada até falei nos antigos avançados que tínhamos, o Marega, o Soares… é encontrarmos a melhor forma de integrar os jogadores que temos dentro de uma ideia de jogo, que depois tem como base algumas caraterísticas que eu gosto que os jogadores cumpram para não sofrermos alguns golos, que tem acontecido. Criamos muito no meio-campo ofensivo, temos jogadas e combinações fantásticas, e golos espetaculares também, mas precisamos de consistência na organização defensiva. Num ou noutro momento está a faltar alguma coisa. Estamos sempre à procura de equilíbrio. Como já tinha dito, ganhei 4-2 em Paços de Ferreira mas preferia ter ganho 2-0. Vamos variando de sistema tendo em conta o objetivo principal que é ganhar. E dentro desse objetivo há dois que se dividem: fazer golos e não sofrer. Eu acho que o mais importante é o defensivo, e eu nem sou um treinador defensivo, nos últimos quatro anos fomos a equipa que marcou mais golos. Estas provas internas podem ser enganadoras: pensa-se muito no nosso processo ofensivo, que eu também gosto, mas há outros processos tão importantes como esse”.
Fair-play financeiro, Sérgio deu mais de 500 M€ a ganhar ao clube em troféus, etc… é um milagreiro?
“Lembro-me que quando fui para o V. Guimarães eles estavam num período muito difícil, e estive lá um pouco a penar. Aqui tive o desafio sabendo que vinha para um clube que conhecia, com um peso histórico fantástico mas que iniciava um período difícil a nível financeiro. O meu trabalho era claramente tentar, dentro dessas dificuldades, dar o melhor para conseguirmos ganhar, porque os milhões só vêm assim, e com muitas vendas. Temos tido algum sucesso e sair do fair-play financeiro deixou-me a mim e à equipa técnica muito felizes”.
FC Porto tem agora dois jogos muito próximos, pode afetar a pressão mais alta e obrigar a uma gestão?
“Acho que o perigo não tem a ver com estes dois jogos. Estamos sempre a jogar ao quarto dia. Perigoso poderá ser o jogo com o Boavista, que temos só sábado para preparar. Nós estamos preparados, os jogadores fazem-no de três em três ou quatro em quatro dias. É olhar para isso e fazer uma gestão de forma inteligente e criativa. Se calhar não fui tão criativo no último jogo, mas pensei que o onze que ia entrar era um onze que me dava uma resposta boa para ir para Lyon com conforto na eliminatória. Não aconteceu, infelizmente. Mas também não tenho garantias que com outros jogadores não acabaria por perder por três ou quarto”.
Por: Record.pt